segunda-feira, 19 de agosto de 2013

SOBRE O ABORTO: A VIDA É UMA DÁDIVA DE DEUS, E NÃO TEMOS O DIRETO DE NEGÁ-LA A NINGUÉM.


Uma amiga, estudante universitária solicitou-me que respondesse essas perguntas feitas por sua professora. Notem que as perguntas são afirmativas. É impressionante como hoje, em nome de um suposto progressismo a sociedade tritura valores e desrespeita inclusive a vida. Espero que tenha contribuído através de uma visão cristã!


Segue abaixo perguntas e respostas: 

1 - Como a religião tem necessidade de influenciar no pensamento da sociedade sob a questão do aborto?

R.: Acreditamos que as religiões devem buscar a valorização da vida acima de qualquer coisa. É incoerente um pensamento religioso favorável a legalização do aborto, haja vista que pretensa legalização, nada mais é do que a institucionalização do infanticídio.

2 - A religião evangélica é a favor ou contra o aborto?

R.: O segmento evangélico tradicional e pentecostal (desse faz parte a Assembléia de Deus, denominação a qual pertenço) é terminantemente contra. 

3 - Atualmente só as mulheres ricas tem acesso a um aborto seguro. As mulheres pobres acabam morrendo em clinicas clandestinas. Não seria melhor legalizar o aborto para dar fim a essa hipocrisia?

R.: Com todo respeito a quem elaborou as perguntas, acredito que hipocrisia é matar inocentes sem direito de defesa, independente de qualquer justificativa. Alegar que "só mulheres ricas tem acesso a um aborto seguro" é no mínimo um paradoxo. Mesmo que o aborto seja eficiente em preservar a vida da mãe, as sequelas futuras serão inevitáveis. 

Estudos comprovam que mulheres que realizam aborto tornam-se 9% mais propensas a hemorragias, 8% mais propensas a Infecções e febres altas, 26% mais propensas a sofrer dores violentas, 5% mais propensas a ter parto prematuro numa gravidez posterior, 14% mais propensas a sofrer aborto espontâneo, numa gravidez "desejada" posteriormente, e muitas passam a desejar isso obcecadamente como forma de compensar o ato anterior. Não importa se a mulher é pobre e para abortar tomou cytotec (remédio para tratamento de úlceras), usou agulhas de crochê ou se tendo condições financeiras, viajou para os EUA a fim de realizar o aborto com um assassino profissional (Médicos especializados em aborto). 

Logo, não existe aborto seguro. Dessas conseqüências ninguém escapa, a natureza não é seletiva. Não importa se o aborto foi realizado em casa ou na melhor clínica. Logo, não existe aborto seguro.

4 - Uma menina está grávida. A religião acha que uma criança pode ser mãe de outra criança?

R.: Permitam-me apresentar dados científicos antes de responder:

Um estudo recentemente publicado traz uma série de novas pistas para se esclarecer os motivos e o perfil das mulheres que realizam abortos no Brasil. Essa pesquisa, coordenada por Débora Diniz, antropóloga da Universidade de Brasília (UnB), e por Marilena Corrêa, médica sanitarista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), avaliou mais de 2 mil estudos sobre o aborto no país. Os resultados contrariam o senso comum, segundo o qual esperaríamos uma maior taxa de abortos entre adolescentes e mulheres com pouco estudo, desempregadas, solteiras e não católicas. Segundo Diniz e Corrêa, a maioria das mulheres que abortam tem entre 20 e 29 anos e possui uma união estável (cerca de 70%). Essas mulheres têm até oito anos de estudo e a maioria trabalha e é católica (entre 44,9% e 91,6%, dependendo do estudo analisado).[1] 

Ora, a religião preocupa-se com a prevenção. A pergunta adequada deveria ser: Por que uma criança encontra-se grávida? É irônico condenar a gravidez de adolescentes quando a própria sociedade (principalmente através da mídia) as estimula a praticar sexo precocemente sem condições físicas e psicológicas para isso. Talvez pensem que estou sendo agressivo na afirmação, mas, por favor, me entendam. Não podemos fechar os olhos para a realidade, nossas crianças (e os adultos também) são bombardeadas por erotismo desde o maternal. Agora voltemos aos números da pesquisa da UNB. 

Se 70% das mulheres que abortam possuem uma união estável, é fácil de concluir que a vida que elas abortam originou-se de um relacionamento extra conjugal, e aí está a raiz do problema. Embora aparentemente a sociedade tenha se tornado tolerante a relativização da família tradicional e monogâmica, nós ainda insistimos que esse é o modelo ideal criado por Deus e que se fosse respeitado, por si só reduziria não só os números do aborto como também de outras mazelas sociais contemporâneas. Precisamos combater a causa e não há conseqüência.

5 - Centenas de milhares de mulheres morrem, a cada ano, por causa de abortos mal feitos. Legalizar o aborto não seria exigência de saúde pública?

R.: Milhares de pessoas morrem vítimas das drogas, do crime organizado, etc. Se temos que legalizar o aborto porque ele continua sendo feito, mesmo proibido, então vamos ter que legalizar as drogas, o assassinato, o estupro, afinal, da mesma forma que o aborto, são condutas sociais que embora criminalizadas e reprováveis, continuam a existir. 

Questão de saúde pública é prevenir a gravidez indesejada e precoce. Mesmo que muitas mulheres morram ao realizar aborto, seja ele clandestino ou não, há de se convir que nem todas têm o mesmo destino. Por mais que o percentual de mortes de mulheres ao realizarem aborto seja alto, ele não chega a 100%, e a conclusão é lógica. Quem não conhece alguém que realizou um aborto e está por aí como testemunha da sobrevivência? 

Agora vejamos o outro lado: Quantas crianças sobrevivem a um aborto? A indústria da morte é eficiente. 100 % das crianças vítimas de aborto morrem! Crianças indefesas que morrem antes mesmo de nascer! E em suas mães ficam as marcas físicas e psicológicas. Esse é o verdadeiro problema de saúde pública a ser enfrentado!

O aborto não é inaceitável pelo fato de ser muito perigoso, pelo fato de o bebê sofrer horrivelmente ou pelo fato de arrasar a mulher que aborta. Todas estas razões são suficientes para tornar o aborto inaceitável. No entanto ainda que o aborto fosse seguro como apanhar flores, ainda que o bebê abortado se deliciasse como quem come chocolate, ainda que a mulher que aborta ficasse profundamente realizada e feliz, o aborto ainda seria reprovável por ser contra a Lei moral de Deus. A vida é maior dádiva do ser humano, e não temos o direito de negá-la a ninguém. Deus deu só ele pode tirá-la. Em qualquer situação o aborto é no mínimo uma covardia, pois configura o triunfo de uma pessoa forte sobre um inocente, frágil e completamente indefeso.

Permitam-me finalizar reproduzindo a parte final do juramento oficial do curso de Medicina:

Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza. Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra". 

Ser mãe (e pai) é ser protagonista da renovação da vida. Diga não ao aborto.


Daniel Fich de Almeida
Pai do Mateus Yan e acadêmico do X Nível de Direito na UPF